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Associação RUMOS NOVOS - Católicas e Católicos LGBTQ (Portugal)

Somos católic@s LGBTQ que sentiram a necessidade de juntos fazerem comunhão, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado a tod@s por Jesus Cristo.

17 de Agosto, 2009

Relatório da Human Rights Watch: Milícias iraquianas voltam a atenção para os costumes e atacam homossexuais

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

Milícias no Iraque estão a levar a cabo uma campanha cada vez mais violenta contra quem seja suspeito de comportamento homossexual, com uma campanha de assassínios, raptos e tortura que começou no início deste ano.

No relatório de 67 páginas intitulado "Eles querem-nos exterminados: assassínio, tortura, orientação sexual e género no Iraque", a organização de defesa dos direitos humanos com sede em Nova Iorque diz que a campanha começou no grande subúrbio xiita de Sadr City, o bastião do Exército de Mahdi de Moqtada al-Sadr, que ganhou notoriedade no combate às forças americanas no Iraque mas entretanto tinha passado a ser uma força discreta.

Referindo-se ao “terceiro sexo” e à “feminização” dos homens iraquianos, os combatentes sugerem estar a “limpar” a sociedade – e esperam assim ganhar popularidade.

Os assassínios não só não foram investigados – estima-se que sejam da ordem das centenas e nunca foi encontrado nenhum culpado – como fontes ouvidas pela HRW dizem que as forças de segurança já se juntaram aos perpetradores dos crimes.

Um iraquiano de 35 anos contou à Human Rights Watch que o seu companheiro de há dez anos tinha sido assassinado. Quatro homens armados tinham entrado na casa dos pais do companheiro. “Insultaram-no e levaram-no, em frente aos pais”, disse. “Foi encontrado no bairro no dia a seguir. Tinha tirado o seu cadáver no lixo. Os órgãos genitais tinham sido cortados e um pedaço da garganta arrancado.” O homem que contou a história à Human Rights Watch tinha saído da cidade onde os dois viviam, e estava com dificuldades de falar devido ao trauma.

A tortura das vítimas serve para os milicianos conseguirem nomes de outras potenciais vítimas. Por vezes, colam o ânus das vítimas. Um jovem de 18 anos conta que dois amigos seus tinham sido assassinados. Dias mais tarde, alguém deixou um envelope com uma bala e uma nota: “Por que ainda estás aqui? Estás pronto para morrer?”

“Nem acredito que estou aqui a falar sobre isto porque tem sido só repressão, repressão, repressão”, disse outro jovem iraquiano. “E agora isto, no último mês – não percebo o que fizemos para merecer isto. Querem-nos exterminados.”

O sexo consensual entre dois homens adultos não é punido pela lei iraquiana. Algumas vítimas da recente onda de crimes que conseguiram escapar fugiram para países onde os actos homossexuais são crime, como o Líbano ou o Egipto.