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Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aguentarão; mas um só, como se aguentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa. (Eclesiastes 4, 9-12).
O Evangelho não mudou, não faz acepção de pessoas e é para todo aquele que em qualquer nação faz a Deus o que lhe é agradável. Mas uma coisa é importante termos em mente: não podemos confundir liberdade com libertinagem. “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.” (Gálatas 5, 13).
Falamos de relacionamento, de união e amor entre duas pessoas de mesmo sexo, não estamos falando de oportunidade e acesso para a prática da libertinagem. A promiscuidade não é aceita por Deus, relações sexuais sem compromisso, múltiplas, puramente instintivas, animalescas... que desfiguram qualquer imagem e semelhança espiritual com Deus.
Estudamos sobre 1 Coríntios 6, 9 e por mais que duas palavras tenham sido falsificadas, continuaram os termos: devassos, idólatras, adúlteros, depravados e pessoas de costumes infames que se aplicam em pé de igualdade a pessoas de orientação heterossexual! Não é pecado ser heterossexual ou homossexual.
O pecado é como cada indivíduo direcciona a sua orientação sexual. Por exemplo, um rapaz casado que trai a sua esposa, está cometendo pecado, entretanto um homossexual que vive um relacionamento monogâmico de fidelidade absoluta ao seu parceiro, está nos planos de Deus.
Não pregamos a inclusão para levar para dentro da igreja a perversão sexual como ocorria nos templos de prostituição sagrada que estudamos neste livro. É preciso ter um cuidado enorme, porque a semente da libertinagem pode como o câncer corroer um povo inteiro sem que se consiga sequer notar que a presença do Espírito Santo já se foi.
O Rei Saul, quando o Espírito de Deus se retirou dele, sequer pôde perceber, porque estava “cego” pela contaminação do pecado.
Em outras palavras, não adianta se apresentar o acesso pelo novo e vivo caminho de Jesus com a libertinagem, pois será um cego guiando outro cego, nas palavras de Jesus: “...são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.” (Mateus 15, 14).
Ninguém bebe água em um copo sujo! Deus também não pode derramar aquilo que o mesmo tem de mais puro que é o seu próprio Espírito, em um templo contaminado, sujo ou imundo. “Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. Fugi da fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6, 17-19).
Não estamos falando em abrir as portas da igreja aos homossexuais para trazerem consigo a libertinagem ao mesmo tempo. Continuamos a crer que Deus não se mistura com a imundície. “Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1, 16).
Não é porque o amor de Deus é incondicional, que um relacionamento de amor entre duas pessoas não poderá ser reprovado por Deus. Não é porque Deus é amor e quem ama permanece em Deus, que o corpo, templo do Espírito Santo, pode ser usado de qualquer forma. O véu se rasgou e o acesso a Deus, em Jesus Cristo, foi liberado a todas as pessoas, mas não queremos usar desta liberdade para permitir a libertinagem!
O acto sexual deve ser considerado como algo santo, momento em que dois seres se tornam uma só carne, um só corpo, uma só vida... A união entre duas pessoas deve ser em pureza, como no ato de união da Igreja com Cristo, por isso em compromisso, em unidade, em amor... O momento desta união sexual é para acontecer quando os mesmos tiverem em mente manter uma continuidade, e vir a ter uma união.
Também, não estamos falando aqui de heterossexuais que fazem sexo homossexual, por conta de “mudar a rotina” sexual. “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia; Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias; Invejas, homicídios, bebedeiras, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.” (Gálatas 5, 19-21).
Todas as práticas acima narradas levam ao distanciamento de Deus, mas quando falamos de relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, segundo suas respectivas orientações sexuais, mencionamos um relacionamento de unidade, de amor, de fidelidade entre duas pessoas que se amam, que se completam.
“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aguentarão; mas um só, como se aguentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.” (Eclesiastes 4, 9-12).
Melhor é serem dois, não cinco ao mesmo tempo, dez ou quinze... com fins de promiscuidade, libidinagem, fornicação. Defendemos portanto em nosso seio, o companheirismo, apoio, sustento, amor, como já dissemos. Uma coisa importante a ser salientada é que sequer há menção neste texto no original, nem nas suas traduções, de que uma relação santa aos olhos de Deus tenha necessariamente que ser entre um homem e uma mulher, mas sim entre duas pessoas.
Texto original: Gays Católicos
Adaptação para português: Rumos Novos - Grupo Homossexual Católico