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Associação RUMOS NOVOS - Católicas e Católicos LGBTQ (Portugal)

Somos católic@s LGBTQ que sentiram a necessidade de juntos fazerem comunhão, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado a tod@s por Jesus Cristo.

14 de Julho, 2014

Os Que Dizem Que os Homossexuais São Doentes, São Eles Que Estão Doentes!

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

Raúl Vera (Acámbaro, Guanajuato, 1945) é o bispo mais ameaçado do México. Um prelado que escapou a mais do que um atentado e cujo trabalho em favor dos desaparecidos, migrantes, menores, indígenas, prostitutas e párias de toda a espécie lhe tem granjeado ódios ferozes.

 

O seu discurso, de forte conteúdo social, inefável na luta contra a desigualdade e violento contra o «capitalismo liberal», colocou-o longe do aristocrático e ortoxo episcopado mexicano. Uma distância ainda mais agravada pela sua atitude de defesa dos direitos dos homossexuais.

 

Sobre a homossexualidade afirma o Bispo Raúl Vera que «é um tema ao qual nos temos negado. Os que afirmam que o homossexual é um doente, são os que estão doentes. Tenho um amigo que foi sacerdote e que é homossexual. Disse-me ele que não reconhecer os homossexuais é como aferir pelas regras do râguebi os que jogam futebol e depois dizer-lhes que estão a violar as regras. A Igreja tem de aproximar-se das pessoas homossexuais não para os condenar, mas através do diálogo. Não podemos anular a riqueza de uma pessoa somente devido à sua orientação sexual. Isso é doentio, isso não é ter coração, isso não é ter bom senso.

 

Também sobre a prostituição (que aqui referimos por traduzir a posição que a Rumos Novos sempre tem defendido sobre esta temática e que, aliás advém da nossa condição de homens e mulheres de fé) afirma que legalizar a prostituição «seria legalizar a exploração feminina. Eu acredito na dignidade das mulheres. A prostituta é uma mulher muito marcada, mas que nunca deve perder a sua dignidade e o direito ao respeito. Estamos a chegar a limites extraordinários no fenómeno do tráfico e da exploração.

 

 

Artigo original: El País

Tradução e Edição: José Leote (Rumos Novos)

09 de Julho, 2014

Homossexuais com Deficiência

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

Ser minoria dentro da própria minoria. Assim vivem milhares de pessoas no mundo e em Portugal. Eles são deficientes físicos que se sentem atraídos por pessoas do mesmo sexo.

 

Some o preconceito para com a homossexualidade ao preconceito para com o deficiente físico. Agora, multiplique pelo que ele sofre dentro da própria comunidade homossexual. Como suportar tanta hostilidade? Com paciência e perseverança, dádivas que encontramos em abundância em quem tem necessidades especiais.

 

Já reparou que muitos dos bares e discotecas frequentados por homossexuais não tem estrutura para receber quem necessita, por exemplo, de cadeira de rodas?

 

Aliás, com sinceridade, até hoje você já tinha pensado que existem deficientes físicos homossexuais e que eles enfrentam todo o tipo de contratempos na ânsia de encontrarem o seu grande amor?

 

É pública e notória a tendência de alguns dos homossexuais, principalmente masculinos, em cultivarem o corpo perfeito (como se isso fosse o mais importante no ser humano!). Isso exclui à partida quem precisa, por exemplo, de cadeira de rodas para se locomover.

 

Vendo por este ângulo, quem é o verdadeiro deficiente? Os que vazios de conceitos cultivam arduamente o corpo, como se a «embalagem» é que realmente importasse, ou aqueles cuja beleza física fica pálida diante da luz que emana das suas almas cansadas de tanto sofrimento?

 

Não podemos também esquecer que «às pessoas portadoras de deficiências, assiste o direito, inerente a todo a qualquer ser humano, de ser respeitado, sejam quais forem os seus antecedentes, natureza e severidade da sua deficiência. Elas têm os mesmos direitos que os outros indivíduos da mesma idade, facto que implica desfrutar de vida decente, tão normal quanto possível».

 

O grau de dificuldade na conquista de um companheiro, depende muito de como a pessoa deficiente, encara a deficiência, se tem muitos preconceitos em relação a ela mesma, se se aceita, se gosta de si mesma. Outros pontos externos também valem muito: se estuda ou estudou, se trabalha, se consegue ganhar dinheiro, se pode comprar as coisas de que precisa, se consegue sustentar-se e satisfazer as suas necessidades diárias, sem muita dependência de outras pessoas. Tudo isto conduz a um maior bem-estar pessoal, a uma melhor posição perante a vida e a uma maior alegria de viver.

 

Curiosidade, repulsa, pena, atracção são coisas que têm muito impacto no primeiro momento, mas só conquistamos o outro com o tempo, convivendo. Existem pessoas que olham o deficiente e sempre terão dó; outras que sentem a maior atracção; outras ainda têm grande curiosidade, ou querem conhecer melhor, porque o acham bonito, brincalhão, interessante... e assim começa um relacionamento.

 

Quanto mais o deficiente homossexual se mostrar mais vai observando se tem chances ou não, e assim, as pessoas que os aceitam vão-se aproximando e as que não aceitam vão-se distanciando.

 

É claro que existe preconceito dentro e fora da comunidade homossexual. Na comunidade homossexual, em larga medida parece que nos preocupamos em viver para o momento, como se o amanhã não existisse; temos muita preocupação (ou talvez não!) pelos doentes com SIDA, mas esquecemo-nos dos homossexuais com deficiência. Muitos homossexuais passam pela vida de forma fútil valorando os corpos, as roupas, as relações fugazes. Mas quando se é um homossexual com alguma deficiência, já não se tem "aquele toque". Quantos homossexuais com deficiência se sentem como se não pertencessem ali?

 

E afinal que nos pedem os irmãos e irmãs homossexuais com deficiência? Que procuram? O mesmo que nós todos:

 

SEREM FELIZES E ACEITES POR AQUILO QUE SÃO E VALEM!