Os Que Dizem Que os Homossexuais São Doentes, São Eles Que Estão Doentes!
Raúl Vera (Acámbaro, Guanajuato, 1945) é o bispo mais ameaçado do México. Um prelado que escapou a mais do que um atentado e cujo trabalho em favor dos desaparecidos, migrantes, menores, indígenas, prostitutas e párias de toda a espécie lhe tem granjeado ódios ferozes.
O seu discurso, de forte conteúdo social, inefável na luta contra a desigualdade e violento contra o «capitalismo liberal», colocou-o longe do aristocrático e ortoxo episcopado mexicano. Uma distância ainda mais agravada pela sua atitude de defesa dos direitos dos homossexuais.
Sobre a homossexualidade afirma o Bispo Raúl Vera que «é um tema ao qual nos temos negado. Os que afirmam que o homossexual é um doente, são os que estão doentes. Tenho um amigo que foi sacerdote e que é homossexual. Disse-me ele que não reconhecer os homossexuais é como aferir pelas regras do râguebi os que jogam futebol e depois dizer-lhes que estão a violar as regras. A Igreja tem de aproximar-se das pessoas homossexuais não para os condenar, mas através do diálogo. Não podemos anular a riqueza de uma pessoa somente devido à sua orientação sexual. Isso é doentio, isso não é ter coração, isso não é ter bom senso.
Também sobre a prostituição (que aqui referimos por traduzir a posição que a Rumos Novos sempre tem defendido sobre esta temática e que, aliás advém da nossa condição de homens e mulheres de fé) afirma que legalizar a prostituição «seria legalizar a exploração feminina. Eu acredito na dignidade das mulheres. A prostituta é uma mulher muito marcada, mas que nunca deve perder a sua dignidade e o direito ao respeito. Estamos a chegar a limites extraordinários no fenómeno do tráfico e da exploração.
Artigo original: El País
Tradução e Edição: José Leote (Rumos Novos)