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Associação RUMOS NOVOS - Católicas e Católicos LGBTQ (Portugal)

Somos católic@s LGBTQ que sentiram a necessidade de juntos fazerem comunhão, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado a tod@s por Jesus Cristo.

28 de Outubro, 2019

20000 Adolescentes LGBTQ serão submetidos a terapias de conversão antes de atingirem os 18 anos: "Estas Praticas Precisam Terminar"

Rumos Novos - Católicas e Católicos LGBT (Portugal)

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Os médicos estão a pedir o fim da chamada terapia de conversão, falsamente vendida como modo de mudar a orientação sexual de uma pessoa ou a sua identidade de género.

 

Estima-se que cerca de 20000 adolescentes LGBTQ serão submetidos, só nos Estados Unidos, à terapia de conversão através de um profissional de saúde credenciado até chegarem à idade de 18 anos, de acordo com um relato médico publicado no New England Journal of Medicine.

 

A prática "desmascarada" é sustentada por uma "ciência evidentemente falsa", escrevem os autores, e pode envolver terapias do comportamento e da fala, comercializadas como métodos para mudar uma pessoa de LGBT para heterossexual ou cisgénera.

 

Em casos mais raros, pode mesmo envolver terapias de aversão tais como eletrochoques, tratamentos químicos e de privação que os proponentes afirmam poderem causar um "ajustamento heterossexual", afirmaram os médicos. Qualquer pessoa pode submeter-se à prática, mas esta é mais comum entre os jovens com passados religiosos conservadores, cujas famílias rejeitam a sua identidade LGBTQ.

 

"A terapia de conversão assenta na noção de que qualquer inclinação não heterossexual é uma patologia com necessidade de uma "cura"", escreveram.

 

O autores chamaram a atenção para o facto de a terapia ser atualmente somente interdita a menores em 18 estados americanos, Porto Rico e Washington, enquanto que aos adultos o serviço pode ser legalmente oferecido em todos os estados e jurisdições americanos.

 

O coautor Dr. Carl Streed, um médico de cuidados primários no Centro Médico de Boston e professor assistente de medicina na Escola Universitária de Medicina de Boston, comentaram numa declaração: "De uma maneira bem simples, estas práticas necessitam acabar. Temos que trabalhar em vários teatros para nos focarmos na garantia de que todos os indivíduos de todas as idades recebem um tratamento apropriado e abrangente por parte de profissionais médicos treinados num ambiente de suporte."

 

Streed disse: "Como resultado da falta de regulação destas "terapias" muitos adultos e crianças continuam a ser defraudadas, magoadas e traumatizadas diariamente nos Estados Unidos."

 

Aqueles e aquelas que se submetem a estes falsos tratamento são mais suscetíveis de sofrer de depressão, pensamentos suicidas e tentativas de suicídio e podem precisar de tratamento para stress pós-traumático e trauma pós-religioso. Os seus rendimentos e o nível de escolaridade são igualmente mais baixos do que a média.

 

A atração por pessoas do mesmo sexo foi encarada como anormal em meados do século XIX e a homossexualidade foi listada pela Associação Americana de Psiquiatria em 1952. Algumas e alguns afirmaram que o estilo de parentalidade, tal como mães super-protetoras, ou o abuso sexual podiam fazer com que uma pessoa se tornasse gay.

 

Em finais dos anos sessenta, os médicos aconselhavam as pessoas gays a se casarem com pessoas do outro sexo e prescreviam encontros com trabalhador@s sexuais, bem como recondicionamento orgásmico. Este tratamento, atualmente usado em abusadores sexuais, envolve a masturbação para materiais considerados "desviantes" antes de os trocar para "não desviantes", numa tentativa de voltar a treinar os seus cérebros.

 

Porém, em meados do século XX, as ideias por detrás destes métodos foram postas em causa, incluindo por Alfred Kinsey, que desenvolveu a escala de sexualidade com o seu nome. Os clínicos acabaram por chegar ao consenso de que um espetro na orientação sexual e identidade de género é normal nos seres humanos.

 

A terapia de reconversão gay é atualmente rejeitada pela comunidade médica, com a Associação Americana de Psiquiatria (AAP) a se lhe opor desde 1998.

 

Organizações, incluindo a Associação Médica Americana, a AAP, a Associação Americana de Psicologia, A Academia Americana de Pediatria e outras organizações profissionais apoiaram um memorando sobre a orientação sexual, afirmando que "a ideia de que a homossexualidade é uma desordem mental ou que o aparecimento de uma atração e orientação por pessoas do mesmo sexo entre alguns adolescentes é de alguma forma anormal ou mentalmente pouco saudável não tem qualquer suporte entre qualquer organização importante de profissionais de saúde ou de saúde mental."

 

Antigos defensores da terapia, como Alan Chambers, John Paulk, John Smid e David Matheson, denunciaram igualmente a prática, escreveram os autores.

 

Sam Brinton, responsável pela defesa e direção do Trevor Project, uma organização de intervenção de crise e prevenção do suicídio para jovens LGBTQ disse à Newsweek: "A terapia de conversão não tem lugar no nosso país."

 

Uma sondagem levada a cabo pela organização concluiu que 5% dos 34000 participantes relatou ter experimentado a terapia de conversão.

 

"Esse número é conservador, particularmente considerando que muitos sobreviventes da terapia de conversão podem não ter os instrumentos para perceber que passaram por uma terapia de conversão," disse Brinton.

 

A dra. Natasha Bhuyan, que não esteve envolvida no artigo, fez-se eco das preocupações dos autores, numa entrevista à Newsweek no mês passado.

 

"A terapia de conversão gay envolve um abuso comportamental e psicológico," disse ela. "A terapia de conversão pode ser, literalmente, fatal e resultou no suicídio de inúmeros jovens e adultos. Enquanto comunidade médica é nossa responsabilidade proteger as pessoas que são LGBTQ, uma vez que já se encontram sujeitas a uma discriminação sistemática na sociedade," disse Bhuyan.

 

Fonte: Newsweek.

25 de Outubro, 2019

Gay e Católic@ na Eslováquia: «O Cristianismo pode ser diferente!»

Rumos Novos - Católicas e Católicos LGBT (Portugal)

Participantesde uma marcha gay agitam bandeiras arco-íris em Bratislava em 2010. Fotografia: EPA/Peter Hudec

 
Na Eslováquia predominantemente católica, algumas pessoas da comunidade LGBT encaram a possibilidade de tentar reconciliar a sua sexualidade com a sua fé cristã, mas a classe política não está a ajudar.