Haiti: Charlot Jeudy, ativista LGBT, é encontrado morto em casa
Um destacado ativista dos direitos da comunidade LGBT, Charlot Jeudy, foi encontrado morto na sua casa em Porto Príncipe em circunstâncias ainda por esclarecer, informaram os media locais.
A polícia ainda não explicou as circunstâncias da morte do ativista, diretor da associação Kouraj (Coragem, em crioulo).
Após tomar conhecimento da morte, a Embaixada da França no Haiti instou as autoridades haitianas a aclarar as circunstâncias da morte o mais rápido possível.
Jeudy fundou a Kouraj em 2012, a primeira organização que defenda os direitos da comunidade LGBT no Haiti, grupo que se encontra muito discriminado naquele país do Caribe.
O Senado haitiano aprovou em 2017 um projeto de lei visando proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas a lei ainda não foi ratificada pela Câmara baixa, pelo que não entrou em vigor.
A morte de Jeudy sucede num momento de grande convulsão social no Haiti, onde ocorrem protestos quase diários desde meados do mês de setembro, muitos deles violentos.
A embaixada francesa também informou que um casal faleceu atingido a tiro no Haiti, sem fornecer mais detalhes sobre as circunstâncias das mortes ou sobre as identidades das vítimas.
Desde meados de setembro, que o Haiti enfrenta uma grave crise marcada por manifestações para pedir a renuncia do presidente Jovenel Moise.
Mas manifestações, algumas vezes violentas e reprimidas com fogo real pela polícia, morreram pelo menos 42 pessoas e centenas ficaram feridas, de acordo com a ONU.
Esta crise começou a 16 de setembro com a escassez de combustíveis num país dominado pelas desigualdades sociais, pela insegurança, pela inflação e pela corrupção.
Fonte: elPeriódico.