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Associação RUMOS NOVOS - Católicas e Católicos LGBTQ (Portugal)

Somos católic@s LGBTQ que sentiram a necessidade de juntos fazerem comunhão, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado a tod@s por Jesus Cristo.

19 de Janeiro, 2020

Ghosting: a maneira mais cruel de acabar com uma relação

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

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Muitas mudanças aconteceram nesta nova era digital, sobretudo ao nível relacional. O mundo das redes sociais, dos novos métodos de comunicação online, mudou para sempre a nossa maneira de nos relacionarmos. Agora, todos os vínculos que estabelecemos com @s outr@s têm uma alta componente cibernética. São mais complexos, diferentes, porque o que antes supunha conversas cara a cara, pessoalmente ou através de uma chamada telefónica, agora tem variantes múltiplas: utilizamos mensagens de texto, atualizações de estado, emoticons, memes e gifs para expressar as nossas emoções. Não somente isso, mas também a nossa linguagem se transformou, tendo-se tornado mais pobre, limitada a uns quantos caracteres que algumas vezes não são capazes de plasmar significados complexos ou completos daquilo que desejamos expressar.

 

A TECNOLOGIA COMO FORMA DE NOS RELACIONARMOS

Portanto, estas redes já não são somente um meio de comunicação, mas transformou-se em toda uma forma de vida. Um modo de deixar-se ver, expressar quem somos, os nossos desejos, hábitos, gostos e costumes.

Nesta época, na qual muitas relações de casal começam através de aplicações de contactos ou de trocas rápidas de mensagens, também surgiram fenómenos próprios. O mais significativo e doloroso de tudo isto é aquilo que os anglosaxões denominaram de "ghosting", palavra que poderíamos traduzir como "converter-se num fantasma" (ou mais coloquialmente: fazer-se de parvo).

Talvez nalgum momento tenhas sido vítima do ghosting e nem sequer o soubeste ou não foste capaz de lhe dar um nome. Conheces alguém, trocas números de telefone, tens umas quantas frases que parecem bonitas e pode mesmo ser que comeces uma relação. Contudo, de repente, sem que o possas prever, essa pessoa que tanto prometida, desaparece, fica calada. Faz-se silêncio.

Esta maneira de acabar uma relação, ou uma potencial relação, da noite para o dia, cortando todo o tipo de comunicação, está a converter-se numa prática tão comum quanto dolorosa e cada vez mais pessoas têm que lhe fazer face, sem encontrar respostas ou motivos devido aos quais tudo acabou de repente.

As pessoas que praticam o ghosting ou são vítimas deste silêncio inesperado não param de pensar nas consequências psicológicas que implica.

Por um lado, a vítima deste silêncio pode ver a sua autoestima muito danificada e fazer frente ao período de luto de romper uma relação sem ter todas as respostas sobre os motivos desta rutura. Por outro lado, a pessoa que faz ghosting poderia ter remorsos ou sentimentos de culpa, sobretudo se estivermos em presença de uma relação já consolidada.

 

POR QUE APARECE O GHOSTING?

O ghosting mais não é do que aproveitar a tecnologia para evitar a todo o custo o confronto ou uma situação incómoda. A pessoa que o faz torna-se egoísta e evasiva, tem medo do conflito e prefere ocultar-se atrás de um écran. É como se os écrans fossem uma barreira protetora, conseguindo que seja mais simples acabar uma relação sem ter que passar pelo contacto interpessoal.

As novas tecnologias acostumaram-nos a "nos desfazermos" das pessoas de uma maneira fácil e rápida: basta ficar em silêncio, não responder e ignorar a pessoa e os seus sentimentos. O ghosting consegue que desapareça toa a empatia para com @ parceiro@, que se procure a satisfação imediata e se perca a capacidade de lidar com momentos difíceis nas nossas relações.

Há muit@s praticantes do ghosting que nem sequer estão conscientes do dano que provocam com esta atitude de afastamento passivo. esquecem-se de que na maioria dos casos o ghosting somente consegue alargar o processo de luto perante uma rutura. Se a pessoa que amas evita comunicar-se contigo e continua com a sua vida como se nada se tivesse passado, isto faz com que o luto seja mais complicado.

Não obstante, ainda que doa, a vítima do ghosting deve assumir que é muito provável que essa relação nunca terá o encerramento desejado. Tod@s procuramos um encerramento quando uma história termina, mas há pessoas que por vergonha, desespero, cobardia ou preguiça, não estão disposto a no-lo dar.

 

QUE PODEMOS FAZER PARA NOS PROTEGER DO GHOSTING?

O melhor que podes fazer é evitar contactar essa pessoa para lhe pedir explicações. Mesmo que as mereças ou acredites que é injusto, é preferível assumir que a história acabou e evitar ouvir desculpas ("talvez tenha perdido o telemóvel", "talvez esteja ocupada"). Evitar ligar ou procurar qualquer contacto com essa pessoa porque, fazê-lo, somente terá como resultado que a tua autoestima se vá ressentindo ainda mais.

Faz um esforço de considerar essa relação como "terminada". É extremamente doloroso ter que abandonar uma relação sem qualquer explicação, mas quanto menos contactos tiveres com essa pessoa ou com a situação, mais rapidamente superarás o abandono e a falta de comunicação. Evita cair em comportamentos obsessivos de procurar respostas na tua própria cabeça, porque não és capaz de as encontrar na pessoa que as deveria dar-tas. As dúvidas, as tentativas de racionalizar o irracional somente conseguirás sentir-te pior.

Finalmente, dá valor a ti mesm@. Dá-te um período de luto, de choro e de exteriorização de toda essa dor e incompreensão que sentes. Contudo, não permitas que esta fase se eternize. Usa-a para canalizar e limpar as tuas emoções negativas para depois converteres este período de dor numa aprendizagem. O abandono provoca feridas e ainda por cima se acontece sem qualquer explicação. Porém, tens as ferramentas no teu interior para te sobrepores a ele.

Já para não falar que não existe nenhuma lei escrita de que alguém nos deve explicações quando acaba connosco. Claro que há o sentido da ética, o carinho e o respeito, mas nem todas as pessoas dão importância a estas qualidade e devemos respeitar se @ outr@ decide seguir em frente e não te dizer porquê. É precisamente esta falta de qualidade que deverias ter presente para esqueceres alguém que não esteve à altura dos teus princípios.

 

Fonte: Paula Alcaide

19 de Janeiro, 2020

Malmequer, bem me quer... Quer-te?

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

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Há uma crença popular de que para conservar uma relação de casal há que, de vez em quando, criar uma certa distância para não perder o interesse. É o clássico "malmequer, não me quer" que nos ensinaram desde pequen@s, quando desfolhávamos malmequeres com a esperança de que a última pétala nos desse a resposta desejada.

Uma pessoa conhecida contava-me outro dia que a mulher com a qual sai desde há vários meses há vezes em que parece estar e outras em que desaparece. Desaparece durante uns dias, como se a relação que mantêm passasse de um estado quente a um frio em questão de horas. Os motivos? A minha amiga desconhece-os. Por mais que se pergunte sobre o seu comportamento, não encontra nenhum sinal que indique quando esta alteração vai ocorrer. A sua sensação é sempre a mesma: "Quando me aproximo dela, parece que se afasta. Se estou distante, é ela que se aproxima de mim".

A minha amiga sofre muitíssimo em função desta dinâmica de toca e foge. E não é a única que o faz. Frequentemente chegam-me à consulta pessoas que estão nos primeiros meses de conhecer alguém que, em teoria, lhes corresponde, mas cujo comportamento errático provoca muito desconcerto, frustração e dor.

 

OS TEUS OBJETIVOS NAS RELAÇÕES

Gostamos de alcançar os nossos objetivos. Também no amor e nas relações afetivas em geral. É suficiente que nos coloquem um desafio para que muit@s fiquemos pres@s nessa dinâmica de conquista permanente, de dúvida e incertezas. Quer-te ou não te quer? Por que se afasta quando tu te aproximas? Por que que procura quando tu te cansas e te distancias?

Estas atitudes incoerentes provocam em pessoas seguras uma profunda desilusão e, às vezes, perca de interesse. Quando falamos com pessoas inseguras, que na melhor das hipóteses já vêm danificadas de relações anteriores, a erosão é ainda maior: sente-se medo do abandono e uma desconfiança crónica.

A que se deve este comportamento? Às vezes é devido a que se trata da primeira vez que têm interesse romântico por outra pessoa do mesmo sexo, o que origina um grande pânico e negação que se apodera, por momentos, dessa pessoa e ativam nela um mecanismo de defesa. "Se te mando embora, se te afasto, afasto o problema". Algumas vezes são pessoas com um apego inseguro, que desconfiam das pessoas que se aproximam excessivamente porque lhes mete medo que as vejam tal e qual são. Noutras ocasiões é a ideia de não querer ter um@ parceir@, pois afasta-se o compromisso que isso supõe, mesmo quando há sentimentos fortes envolvidos.

 

A RODA DO "NEM CONTIGO NEM SEM TI"

Neste sentido, se és a pessoa que está presa nesta roda aditiva de nem contigo nem sem ti, recomendo-te que além de ficares obcecada com aquilo que não podes conseguir, revejas se esta pessoa cumpre com as condições que verdadeiramente desejas num@ parceir@. Se chegares à conclusão de que não há possibilidade de estabelecer uma relação, será positivo valorar de que modo essa pessoa pode estar presente na tua vida, desde a amizade até algo pontual como realizar atividades conjuntas.

É a tua vida, é o teu tempo, são as tuas escolhas. Não fiques à espera. Permanecer pres@ nesta situação de estaca zero somente provocará que provoques erosão na tua autoestima e que cada vez cedas mais espaço sem te fazeres valer. Não permitas que ninguém, nem tu mesma, te provoque essas feridas. Quer-te ou não te quer? Essa não é a pergunta. A pergunta é: Quer-te bem?

 

Fonte: Paula Alcaide

18 de Janeiro, 2020

Ameaçam de morte uma monja de idade por esta apoiar o casamento entre pessoas LGBT

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

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Uma monja responsável pela direção da escola privada católica Georgetown Visitation Preparatoy School para meninas de Washington (EUA) recebeu ameaças de morte através do telefone. de acordo com relatos judiciais, as ameaças começaram dois dias após o centro ter reconhecido o casamento entre as suas ex-alunas LGBT e para além disso ter decidido publicar o casamento na revista da escola.

A escola comunicou: "Chegámos a esta decisão enquanto escola e enquanto responsáveis pelo mosteiro após muita ponderação através da oração e de um diálogo reflexivo. A Igreja é clara no seu ensinamento sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas é igualmente clara no seu ensinamento de que todos somos filhos de Deus, que cada um de nós tem dignidade e é digno de respeito e amor". Concretamente, dois dias após a escola ter emitido o comunicado no qual informava que começaria a reconhecer o casamento entre as suas ex-alunas lésbicas, na madrugada do dia 15 de maio de 2019, uma mulher identificada como Sonia Tabizada ligou à religiosa e ameaçou-a de morte e de ir incendiar o centro.

"Vou queimar essa maldita igreja, vou bombardeá-la, vou matá-los a todos", dizia a suposta culpada. Porém, as coisas não ficaram por aqui, de acordo com fontes judiciais, minutos depois Tabizada voltou a ligar à monja: "Que tipo de sacerdotes pervertidos tendes a dirigir o espetáculo? Ninguém se preocupa com estas raparigas? Vais ser a culpada, advirto-te".

 

Fonte: Shangay