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Associação RUMOS NOVOS - Católicas e Católicos LGBTQ (Portugal)

Somos católic@s LGBTQ que sentiram a necessidade de juntos fazerem comunhão, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado a tod@s por Jesus Cristo.

17 de Setembro, 2020

Francisco, a pais de homossexuais: "A Igreja ama os vossos filhos tal como são, porque são filhos de Deus"

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

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A associação italiana Tenda di Gionata, de pais com filhos LGBT, foi recebida ontem (16 de setembro) pelo Papa Francisco. "A Igreja não os exclui", afirmou o Pontífice.

No final da audiência, a vice-presidente da associação, Mara Grassi, entregou ao Papa, em conjunto com o marido, um exemplar de "Pais Afortunados", um volume que sintetiza as experiências eclesiais, frequentemente muito duras, que tiveram que passar as pessoas homossexuais católicas.

Os representantes do grupo ofereceram a Bergoglio uma t-shirt do arco-íris com as palavras "No amor não há medo" (1 Jo 4, 18).

"Na viagem dolorosa que, enquanto crentes LGBT, cada um dos nossos realizou, confesso que não teria imaginado que pudéssemos ter chegado a esta etapa. Reunirmo-nos em audiência com o Santo Padre". São palavras de um dos representantes da associação italiana Tenda di Gionata, de pais e filhos LGBT. Aproximadamente 40 dos seus membros foram recebidos ontem, 16 de setembro, no Vaticano.

O Papa Francisco saudou-os com proximidade e, no final da audiência, a vice-presidente da associação, Mara Grassi, entregou-lhe conjuntamente com o marido um exemplar da "Pais Afortunados". O volume sintetiza as experiências eclesiais, frequentemente muito duras, que tiveram que passar as pessoas homossexuais e católicas.

Conjuntamente com estes testemunhos, a associação também incluiu cartas com petições concretas e críticas ao tratamento recebido por parte da Igreja, que esqueceu ou estigmatizou a comunidade LGBT. "A Igreja não os exclui", respondeu Francisco. "Ama os seus filhos tal qual são, porque são filhos de Deus".

Conforme publicou o Avvenire.it, a associação ofereceu ao Pontífice uma t-shirt do arco-íris com as palavras "No amor não há medo" (1 Jo 4, 18). Francisco sorriu ao recebe-la, num momento em que Grassi destacou a "profunda harmonia que não esqueceremos".

 

Da marginalização ao acolhimento

A homossexualidade, também na Igreja, "deve encontrar a cidadania plena", declara outra das mães da associação, que confessa ter sofrido, de mão dada com o filho, a marginalização da comunidade de fiéis. A dificuldade da aceitação pessoal, familiar e depois eclesial cobre as experiências reunidas em Pais Afortunados. Algumas delas terminaram em reconciliação, mas outras em separação da família e das instituições da Igreja. "O meu filho escolheu ser agnóstico para salvaguardar-se", explica outro testemunho. "O estudo de todos os documentos eclesiais oficiais os quais aprofundou para a sua tese em Antropologia Cultural foram a sua coroa de espinhos".

 

Texto original: Religion Digital