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Associação RUMOS NOVOS - Católicas e Católicos LGBTQ (Portugal)

Somos católic@s LGBTQ que sentiram a necessidade de juntos fazerem comunhão, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado a tod@s por Jesus Cristo.

16 de Julho, 2018

Casais homoafetivos: Por que Deus os aprova?

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

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Não são poucas as acusações que os casais homoafetivos sofrem por mentes levadas, pura e simplesmente, pela falta conhecimento do que, de facto, tais relações refletem e representam. O que verdadeiramente une os casais homoafetivos é o ágape, nascido de Deus e gerado em nós, seus filhos.

 

A vida a dois, em todas as suas nuances e prazeres, físicos e emocionais, faz parte do propósito divino desde a criação do homem e da mulher (Génesis 2, 18). O mais maravilhoso disso tudo é que, mesmo antes de nossa concepção, já éramos conhecidos pelo Pai, em toda a profundidade do nosso ser, em todas as nossas particularidades, inclusive as afetivas e sexuais (Jeremias 1, 5; Salmo 139). A sexualidade precede qualquer decisão ou discernimento da nossa consciência moral; é intrinsecamente anterior à capacidade de opção e escolha humana, não está condicionada aos modelos ou influências externas, antes, pertence ao âmago de cada pessoa e, como entidade inerente ao ser humano, divinamente criado, merece ser tratada com respeito e amor.

 

O termo homoafetividade, em contrapartida, pretende revelar uma realidade além da expressão sexual de tais pessoas. Homoafetividade traduz, portanto, o romantismo, o cuidado mútuo, o companheirismo, a entrega, enfim, a extensão e a grandeza presentes nos relacionamentos estáveis, em todas as direções, exatamente como ocorrem na expressão afetiva heterossexual.

 

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 Homoafetividade não é sinónimo de homogenitalidade. O componente sexual como entrega recíproca deve ser a consequência de sentimentos que começam num olhar e terminam no compromisso estável entre as partes envolvidas. O amor é um sentimento universal, e não constitui exclusividade dos heterossexuais. É uma capacidade de todo o ser humano, como assim o são os homossexuais, igualmente capazes de gerar em outrem ou nutrir por outrem um amor sincero e autêntico. A Bíblia não aborda esse assunto, apenas faz referências a atos homogenitais em contextos e situações muito diferentes das uniões homoafetivas de hoje. Nada há na Bíblia, condenável, que se relacione com o compromisso motivado por um sentimento de amor e companheirismo entre duas pessoas do mesmo sexo.

 

O termo homoafetividade, embora originalmente concebido pela linguagem jurídica, configura-se como um conceito construído em conformidade com os princípios bíblicos de relacionamento estável e monogâmico.

 

Texto original: Pr. Alexandre Feitosa

Adaptação: José Leote