Católicos e a Comunidade LGBT: Construir uma Ponte em Direção à Compreensão Mútua
Para alguns e algumas na Igreja Católica, construir uma ponte para ir ao encontro das pessoas onde estas se encontram é a linguagem utilizada para criar uma relação e acolher respeito e uma compreensão mais profunda dos membros da comunidade LGBT.
Os jesuítas, com uma reputação dentro da hierarquia católica e para além dela de colocarem o acento tónico na educação e numa busca pela justiça social, têm estado frequentemente na linha da frente do caminhar com os pobres, abraçar os proscritos e por lutarem por aqueles e aquelas cuja dignidade foi violada como forma de alcançarem alguma solução e justiça.
«Desde há muito tempo que se reconhece que os jesuítas vão insistentemente até às margens da sociedade, os lugares onde é frequentemente menos confortável a outros irem» afirmou Chris Derby, diretor executivo do Centro Jesuíta de Crescimento Espiritual, da Cidade Velha de Heidelberg, na Alemanha.
Referindo-se a um comentário do Papa emérito Bento XVI, Derby afirmou que os jesuítas desempenham frequentemente o papel de exercerem o ministério nas franjas da sociedade onde igreja e cultura se cruzam.
Derby referiu ainda ter chegado ao seu conhecimento algum feedback negativo em relação ao programa realizado pelo Centro e que se pode resumir como «indo contra os ensinamentos de Jesus e da igreja.»
«Nada daquilo que fazemos vai contra os ensinamentos da igreja», afirmou Derby.
Um dos desafios mais recentes para as paróquias católicas é o modo como acolher os paroquianos LGBT bem como as famílias com elementos LGBT.
«Porém, esse desafio é igualmente onde abunda a graça, porque católicos e católicas LGBT têm-se sentido excluídos da igreja há tanto tempo que qualquer experiência para os acolher pode constituir uma mudança de vida, um momento de cura que os inspire a regressarem à Missa, trazendo-os de volta à fé e mesmo ajudando-os a voltarem a acreditar em Deus,» disse ele.
Derby afirmou ainda que muitos católicos e católicas estão profundamente conscientes das divisões sociais e desafios que surgiram nas últimas décadas com a perceção crescente dos direitos das pessoas LGBT.
«Muitas pessoas LGBT tem-se sentido indesejadas e desrespeitadas nas igrejas católica e protestante,» afirmou. «Queremos ser uma experiência que realce o amor e a graça que ajude a sarar e a nos juntarmos numa compreensão mútua».
Fonte: Reading Eagle