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Associação RUMOS NOVOS - Católicas e Católicos LGBTQ (Portugal)

Somos católic@s LGBTQ que sentiram a necessidade de juntos fazerem comunhão, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado a tod@s por Jesus Cristo.

16 de Julho, 2018

Homoafetividade à Luz da Bíblia

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

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A força máxima que rege os relacionamentos homoafetivos é o amor, mais precisamente, o amor ágape. Embora o amor eros seja determinante, ele não define tais relações. O Novo Testamento nem mesmo o menciona, mesmo quando se refere às uniões heterossexuais. O Amor eros compreende, basicamente, a atração física e sexual, tanto que deu origem ao adjetivo erótico, o que não traduz os relacionamentos afetivos em toda a sua dimensão. Na verdade, embora direcionado para outra pessoa, o eros representa o amor próprio, visto que está centrado na expectativa de satisfação pessoal, muitas vezes momentânea, efémera.

 

Amor eros e relacionamentos afetivos não são sinónimos. Quando um relacionamento afetivo está centrado no amor puramente eros, a sua tendência é acabar com o tempo, pois não encerra o amor genuíno capaz de unir, verdadeira e incondicionalmente, duas pessoas.

 

No grego do Novo Testamento, há 3 tipos de amor: philos (amizade),storge (familiar) e ágape (amor incondicional). As relações afetivas encerram em si todos eles, principalmente o amor ágape. Em Efésios 5, 25 e Tito 2, 4, é o amor ágape que une homem e mulher. O amor das relações homoafetivas em nada difere do amor presente nas relações heteroafetivas.

 

Não há argumentos que tornem ilegítimas as uniões homoafetivas diante das Escrituras visto que contra o amor não há lei! Ele não é exclusividade deste ou daquele grupo, tampouco é exclusivo de Deus, mas d'Ele provém e se estende aos seus filhos (cfr Gálatas 5, 22.23; 1 João 4,7).

 

O ágape:

  1. É exemplificado por Deus a fim de nos ensinar;
  2. É ordenado por Deus a fim de nos induzir;
  3. É produzido por Deus a fim de nos capacitar.

 

As uniões homoafetivas são, portanto, vistas por Deus sob o mesmo prisma dos casamentos entre heterossexuais. Deus está presente onde quer que Seu amor esteja. Não há razão para acreditar que o Pai condenaria a expressão de um sentimento que emana de Si mesmo. A homoafetividade não deve ser julgada de acordo com proibições cujas motivações já não existem, mas antes segundo os princípios bíblicos do ágape e seus resultados, concretamente vivenciados, em tais relacionamentos.

 

Texto de: Pr. Alexandre Feitosa

Adaptação: José Leote