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Associação RUMOS NOVOS - Católicas e Católicos LGBTQ (Portugal)

Somos católic@s LGBTQ que sentiram a necessidade de juntos fazerem comunhão, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado a tod@s por Jesus Cristo.

16 de Julho, 2018

Os casais gays e a procriação

Rumos Novos - Católic@s LGBTQIA+ em Ação

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O sexo não foi feito apenas para procriação. Quando lemos os Cantares de Salomão, fica bem claro que ali a intimidade do casal tem como função a sua autorrealização e o prazer, não a geração de filhos.

 

Quando pensamos nos relacionamentos apenas sob a ótica do sexo e da procriação, teremos autoridade bíblica para condenar uma série de pessoas:

 

a) Casais estéreis;

b) Pessoas que se casaram já idosas, cujo ciclo reprodutivo cessou;

c) Casais que optam por não ter filhos;

d) Homens e mulheres que se submetem à esterilização (ligadura de trompas e vasectomia);

e) Pessoas que usam métodos contracetivos (preservativo, pílula, etc...)

 

A Igreja tradicional é tão incoerente que não condena essas pessoas, embora sejam contrárias aos princípios bíblicos do Génesis («Crescei, multiplicai--vos, enchei e submetei a terra...» Génesis 1, 28).

 

Esse mesmo princípio aplica-se aos modelos de família que a igreja insiste em manter como único modelo bíblico: homem, mulher e filhos. Este modelo, com base no Génesis, torna antibíblicas as seguintes famílias:

 

a) Mães solteiras;
b) Pais solteiros;
c) Irmãos que não possuem pai ou mãe;
d) Solteiros convictos.

 

Se os casais homoafetivos não vivem conforme a Bíblia, muito menos as pessoas citadas nos modelos acima. Se os casais homoafetivos são rejeitados nas igrejas tradicionais por não cumprirem o Génesis, por que a igreja não rejeita todos os héteros que não o cumprem?

 

Sobre a função procriativa: De facto, as relações homoafetivas são incapazes de gerar filhos entre si, mas apenas fisicamente! Um filho não se gera apenas de uma relação sexual entre homem e mulher, mas do amor de um casal, gay ou hétero, disposto à adoção. Gerar filhos não é requisito para que um casal seja considerado família.

 

O que vale mais? Um casal hétero que rejeitou uma criança ou um casal gay que a adotou? Para Deus certamente vale mais o que exerceu o amor, ou seja, o casal gay. Sabe por quê? Porque qualquer obra que o homem fizer sem amor, de nada vale! (1 Coríntios 13) e a Bíblia diz mais:

“O amor não faz mal ao próximo. Assim, é no amor que está o pleno cumprimento da lei.” (Romanos 13, 10).

 

Ou seria melhor que essa criança vivesse toda a sua infância e adolescência confinada numa instituição? Seriam os casais gays incapazes de amar uma criança ou adolescente rejeitado?

 

Neste ponto, os casais gays cumprem ainda mais os mandamentos divinos, e, cumprindo o maior dos mandamentos, o AMOR, Deus não os rejeita:

 

“Quem recebe os meus mandamentos e os observa esse é que me tem amor; e quem me tiver amor será amado por meu Pai, e Eu o amarei e hei-de manifestar-me a ele. Perguntou-lhe Judas, não o Iscariotes: «Porque te hás-de manifestar a nós e não te manifestarás ao mundo?» Respondeu-lhe Jesus: «Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada.»” (João 14, 21-23).

 

Deus nãos nos vê segundo a nossa genitália, não nos coloca rótulos, mas vê-nos segundo o Seu amor e através das nossas obras, principalmente o amor que Lhe demonstramos e ao próximo.

 

Artigo original: Pr. Alexandre Feitosa

Adaptação: José Leote