Uma oração de Natal para (quase) toda a gente
Meu Deus, sei que é Natal e que é suposto focar-me no nascimento de Jesus, mas mais uma vez o Advento chegou e partiu e tudo o que fiz foi focar-me em tantas coisas.
Portanto, neste natal, por favor ajuda-me a recordar algumas coisas simples, mesmo que esteja cansad@ das compras e das viagens, só devido à falta de amigos e família, doente com uma doença difícil ou pobre devido à falta de trabalho ou de um ordenado decente.
Ajuda-me a recordar que quando te tornaste humano, vieste ao mundo da forma o mais vulnerável possível - como uma criança. Isso significou que estavas totalmente dependente de Maria e de José para cuidarem de ti. E quando deixaste este mundo, despido numa cruz, também estavas vulnerável. Isso mostra o que estavas disposto a fazer somente para me amar.
Foste vulnerável por minha causa.
Ajuda-me a recordar que quando vieste a este mundo, isso não aconteceu num clã poderoso da Galileia, não no seio de uma grande família do poder da Judeia e certamente que não numa dinastia real em Roma. Podias ter vindo em poder e exercido esse poder como um erudito, um soldado, um rei ou um imperador. Em vez disso, vieste sem qualquer poder terreno.
Foste impotente por minha causa.
Ajuda-me a recordar que podias ter entrado no mundo numa família rica. Não havia necessidade de teres nascido de uma mulher jovem, provavelmente iletrada que era casada com um simples carpinteiro e que vivia numa localidade tão insignificante que um dos teus discípulos fez uma piada sobre isso. Mas escolheste não somente fazer parte de uma família pobre, mas também trabalhar duro durante muitos anos como trabalhador.
Foste pobre por minha causa.
Ajuda-me a recordar que passaste a maior parte da tua vida na obscuridade em Nazaré, vivendo a vida do dia a dia e trabalhando como carpinteiro com José. Não eras conhecido. Não decidiste criar um grande nome para ti. Na realidade, os Evangelhos mal referem a tua vida escondida em Nazaré, o local onde passaste os teus primeiros trinta anos. Foi assim que a maior parte da tua vida foi simples, obscura e rotineira.
Foste desconhecido por minha causa.
Ajuda-me a recordar que quando te tornaste humano assumiste um corpo humano. Isso significa que sentiste tudo aquilo que esse corpo sentia. Tiveste dores de estômago e de cabeça, constipações e gripes, sentiste fome e sede e sentiste-te cansado no final de um longo dia. Isso significa igualmente que sentiste alegria e tristeza, frustração e raiva, e todas as emoções que qualquer ser humano sente, mesmo na tua divindade.
Foste humano por minha causa.
Ajuda-me a recordar que toda a tua vida, desde o teu nascimento até à tua morte na cruz, foi passada em amor. Amaste Maria e José e toda a tua família alargada. Mais tarde, amaste os teus amigos, discípulos e seguidores. Amaste mesmo os teus inimigos e perseguidores. E tiveste um amor muito especial por tod@s aquel@s que eram pobres, doentes, solitári@s, incompreendid@s ou marginalizad@s de qualquer forma. Toda a tua vida foi derramada como uma enorme oferta de amor.
Foste amor por minha causa.
Ajuda-me a recordar que te ofereceste sem considerar o custo. Pregaste a boa nova aos pobre, curaste os doentes e partilhaste o futuro reino de Deus com todas e todos. Nem todas as pessoas quiseram escutar a tua mensagem, mas continuaste a proclamá-la até à tua morte. Deste-te por inteiro pela humanidade, mesmo quando te rejeitámos. Deste até o teu corpo e espírito na cruz.
Foste tudo por minha causa.
Ajuda-me a recordar que o Natal é somente o início da história. Depois da tua morte, regressaste como O Ressuscitado, para não mais morrer, oferecendo esperança face ao desespero, amor face ao ódio e vida face à morte. A tua ressurreição no Domingo de Páscoa revelou a mesma mensagem que o anjo disse à tua mãe quando lhe anunciou a vinda do Natal: Nada é impossível com Deus!
Estás vivo por minha causa.
Meu Deus, sei que nem sempre me recordo destas coisas no Natal. Há tantas emoções rodopiando na minha cabeça nesta altura do ano. Mas quero recordá-las. E acredito que o desejo de as lembrar é em si algo de bom e vem de ti.
Neste Natal, dá-me o dom da memória,
E eu recordar-me-ei que que transformaste em amor por minha causa,
Para que eu possa transformar-me em amor para @s outr@s.
Fonte: America Magazine